ENTREVISTA: 

Revista Projeto AutoEstima: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu
início no meio literário?
 

Leila Krüger: Olá, agradeço a oportunidade da entrevista. Meu
início foi no final de 2011, com o romance Reencontro, que teve, a meu ver, uma
repercussão inesperada, como uma história de superação, publicada pelo selo
Novos Talentos da Literatura Brasileira da editora Novo Século, de São Paulo. A
história de Ana Luiza estava na minha cabeça havia um tempo, e nasceu no papel
praticamente pronta. O livro não é autobiográfico, mas, como todo livro, tem
nuanças autobiográficas. No segundo livro, “A Queda da Bastilha”, rumei para a
poesia, mas escrevo em diferentes gêneros. Escrevo o que sinto, penso e
imagino.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Você é autora do livro “Como
amar demais em um mundo canalha”
. Comente.
 

Leila Krüger: “Como amar demais em um mundo canalha” é meu livro
mais recente, e mais autobiográfico. Totalmente ilustrado, em prosa poética, em
formato de bilhetes, como mencionou a escritora e jornalista Andrea del Fuego.
O livro é dividido em três partes e acompanhou uma fase ruim da minha vida, em
que tive de resgatar meu amor-próprio e minha saúde física e mental. Fala sobre
relacionamentos, amor-próprio, tristeza, recomeço, quebrar-se e reconstruir-se
em um mundo muitas vezes hostil, mas que pode e deve ter como resposta o amor.
As figuras do girassol e borboleta são utilizadas na obra como símbolos de
resgate da alegria e do iluminar, e da transformação e liberdade,
respectivamente. As ilustrações são viscerais, profundas, repletas de
significado. O livro é dividido em: Coração partido, Coração transformado e
Coração inteiro.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Como é o seu processo de
criação? Quais são as suas inspirações?
 

Leila Krüger: A vida me inspira em seus mais ínfimos detalhes,
mesmo aqueles que passam despercebidos por muita gente. Gosto dos detalhes,
gosto do que tenta o voo e desajeitadamente cai no chão, como disse Clarice
Lispector, gosto de observar e entender as pessoas, as situações, sentimentos,
meus e alheios. Como disse Anaïs Nin, “Escrevo para um mundo no qual possa
viver”. Gosto de imaginar histórias, libertar sensações e impressões, sempre
tive uma imaginação fértil. É claro que procuro a técnica, faço cursos sobre
escrita, tento me inspirar – mas não imitar – nos grandes autores, sem perder
minha essência. No fim, minhas maiores inspirações são minha própria existência
e as pessoas, a diversidade e riqueza do mundo me encantam. Escrevo para
continuar existindo.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Como foram as suas
pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?

Leila Krüger:
No livro “Como amar demais em um mundo canalha”, acabei me inspirando em
especial na autora Rupi Kaur, uma imigrante indiana na América do Norte. Não
quis copiá-la, mas vi que o que eu havia começado a escrever como um processo
de cura interior era parecido com o estilo dela, que admiro muito. Ultimamente,
vários livros neste estilo, prosa poética curta com ilustrações, têm surgido.
Basicamente minha pesquisa foi minha experiência de vida em um relacionamento
terrível que envolveu várias pessoas que me pagaram o bem com o mal, porém que
levaram de mim uma inocência um tanto nociva. As ilustrações, com o traço da
Rubia, foram criadas em sua maioria com total liberdade dela, mas algumas vezes
com sugestões minhas. Pensamos parecido, somos amigas há muito tempo, então ela
entendeu o que eu quis expressar. O livro, desde uma primeira versão até o fim,
levou algo como 6 meses para ser finalizado. Foi sendo escrito à medida que eu
me transformava e me compreendia, e às pessoas.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Poderia destacar uma
frase que você acha especial no livro “Como amar demais em um mundo
canalha”
?
 

Leila Krüger: “Mal sabem aqueles que amam que estão salvando
vidas.” Isso significa muito pra mim.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Quais são suas leituras
preferidas?
 

Leila Krüger: Depende do estilo. Prefiro contos, romances e alguns
estilos de poesia. Rupi Kaur, Hemingway, Oscar Wilde, Clarice Lispector (como
me encantou seu primeiro livro, escrito aos 22 anos, “Perto do coração
selvagem”), Rubem Fonseca, com suas palavras certeiras como balas de uma arma,
Brené Brown na área do que chamam de “autoajuda”, mas prefiro chamar de
“autoconhecimento”, Philip Yancey, um teólogo incrível e único, Anaïs Nin,
Erico Veríssimo, David Coimbra, Fernando Pessoa, Manoel de Barros, Nora
Roberts, que já escreveu quase 300 livros, a maioria best-sellers, Agatha
Christie – A Rainha do Crime, e mais gente, a lista sempre aumenta. Acho que
podemos mudar nossas preferências de leitura conforme o momento pelo qual
estamos passando e conforme vamos amadurecendo ou envelhecendo.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Como analisa a questão da
leitura no país?
 

Leila Krüger: Infelizmente o Brasil é um país em que quase não se
lê. A maioria das pessoas não chega a ler 1 livro por ano. Há um mercado
crescente de leitores e autores, e quem faz ambas as coisas, no nosso país, mas
ainda é pouco perto dos grandes mercados como Estados Unidos, Canadá, Europa.
Os livros aqui são caros, principalmente de autores nacionais, e os autores
nacionais não recebem a relevância da maior parte dos leitores tal qual os
“gringos”, embora tenha gente boa mudando isso aos poucos. Deveria haver mais
incentivo à leitura, a começar pelo governo e editoras. As redes sociais têm
ajudado muito na disseminação do hábito da leitura. No Brasil, ler não faz
parte da cultura enraizada, como em outros países. Mas podemos mudar, estamos a
passos lentos, mas constantes, fazendo isso. Tem muita coisa boa escrita por brasileiros
que é desvalorizada por obras medíocres patrocinadas por um marketing de
importação dos “gringos”. Aqui, em geral você tem de ser primeiro conhecido,
como um youtuber, para depois escrever um livro e vender muitos livros, e não o
contrário. O médico Khaled Housseini não teve de ser um influenciador digital
para que seus romances tivessem sucesso imediato pela qualidade, assim como
William P. Young. Lá fora, tudo é mais organizado para o escritor, que conta
com inúmeras alternativas de agentes literários e assessores. Isso está
começando a florescer no Brasil, o autor tem seu staff e sua assessoria,
o que, a meu ver, é crucial para ser um autor bem-sucedido, ainda mais em um
país que não lê quase nada de literatura como o nosso.
 

Revista Projeto AutoEstima: Quais dicas daria aos autores em início de carreira? 

Leila Krüger: Existem várias formas de começar uma carreira:
tornando-se influencer digital ou se destacando por seus escritos nas redes
sociais, especialmente Instagram e YouTube, lançando livros como autor
independente na Amazon Kindle… Eu diria: esforce-se, pesquise o mercado, leia
muitos livros, clássicos e atuais, mas desenvolva seu estilo próprio, ou seus
estilos. Treine sua escrita, faça dela um hábito, busque inspirações, mantenha
contato com outros autores, leitores nas redes sociais, e tenha paciência,
porque o sucesso pode demorar, e ser escritor, o que no Brasil mal é
considerado profissão, ao contrário de em outros países, exige resiliência. A
dica principal me foi dada pelo falecido membro da Academia Brasileira de
Letras, Ivan Junqueira, carrego no bojo da alma: “Um bom livro é aquele que tem
verdade interior”.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Como o leitor interessado
deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o
seu trabalho literário?
 

Leila Krüger: O livro já está à venda em várias lojas do Exterior,
como Estados Unidos, na Barnes & Noble e outras livrarias, em Portugal e
países da Europa. Está no Amazon internacional e no site da editora Dialética,
e chegando em lojas como Extra, Submarino, Livraria Cultura, Magazine Luiza
etc. Há a versão em e-book e a impressa. O livro impresso tem preço inicial de
capa de apenas 29,90, e o e-book, 22,90 a 24,90, mas promoções sempre aparecem,
fiquem atentos! Entrando em loja.editoradialetica.com, você consegue comprar
digitando “Como amar demais em um mundo canalha” na busca. Ah, quero lembrar
que quem seguir meu Instagram @Leilakruger e o Instagram do livro
@comoamardemais concorrerá a sorteios de livros com brindes, assim como quem
participar do grupo do livro no Facebook Como amar demais em um mundo canalha.


Revista Projeto
AutoEstima:
Existem novos projetos em
pauta?
 

Leila Krüger: Sempre existem, inspirações nunca faltam, embora haja
hiatos criativos. Tenho projetos de livros e o Projeto Vida Equilibrada – Saúde
Física & Mental, além de novos caminhos para meu podcast Um Livro Me
Contou. Em breve, acho que nasce um novo “filho”, quer dizer, um livro. Citando
Clarice Lispector mais uma vez: “Eu acho que quando não estou escrevendo, estou
morta”.
 

Perguntas rápidas: 

Um livro: “A Cabana”, William
P. Young, e a Bíblia Sagrada, foram dois

Um hobby: Ler livros

Um (a) autor (a): Clarice
Lispector

Um ator ou atriz: Meryl
Streep atriz, Keanu Reeves ator

Um filme: “Forrest Gump”

Uma cor favorita: Verde,
vida, recomeço

Uma recordação em especial:
Minha infância com meus amigos, foi feliz e bastante analógica, e minha querida
falecida avó Romilda e nossos mates de leite.
 

Revista Projeto
AutoEstima:
Deseja encerrar com mais
algum comentário?
 

Leila Krüger: Agradeço ter podido mostrar um pouco mais do meu
trabalho, das minhas obras, de mim. Querem me conhecer melhor? Visitem meu site
leilakruger.net ou leilakruger.com e minhas redes sociais. E, por fim: a vida
responde o que é importante saber, aprendamos com nossos erros e nossos
acertos, sem julgar o outro e o que sente. Sejamos felizes, tenhamos sonhos e
planos, isso é viver e não apenas existir!

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