A expressão “Dia D”, do inglês “D-Day”, ao contrário do que muitos pensam, não apareceu na II Guerra Mundial. Ela surgiu já na I. Porém, na II Guerra, o “D-Day”, que é o nome de um código militar para o dia de início de uma “operação de risco” (durante o planejamento, considerando medidas tanto antes quanto após os combates), ganhou o significado de “Decisive Day”. Foi o dia dos desembarques do Exército dos Estados Unidos na Normandia, em 6 de junho de 1944, fato que permitiu o começo da libertação da Europa da ocupação nazista. Hoje, o termo “Dia D” é usado corriqueiramente para indicar um dia decisivo, em que algo importante será realizado ou uma decisão importante deve ser tomada. Neste artigo, vou improvisar a expressão “Dia D” para “Ponto D”: Ponto de Decisão na nossa vida, um ponto na nossa estrada.
Se o Dia D é um dia, o Ponto D não precisa ser. Acredito que todo mundo tenha vários “Pontos D” na vida, ainda que não perceba o tamanho do ato ou da decisão a se tomar. Este Ponto D pode durar um dia, três dias, uma semana, um mês… Uma fase em nossa vida – já que ela é feita de ciclos. E, mesmo que evitemos confrontar estes Pontos D, Pontos de Decisão, eles virão, e o silêncio ou a inatividade já são uma resposta – a resposta errada.
É necessário decidir, tomar uma atitude.
Não sem antes a reflexão. Dizem por aí que “pensar no passado” é se martirizar, é bobagem, mas, quando estamos no Ponto D, pensar no passado, avaliar-nos e nos perdoar é importante, tomando as lições possíveis. Afinal, o que somos hoje é resultado do passado, e vai resultar no futuro. Vale vislumbrar ainda o próprio futuro: o que, baseados no nosso passado e no nosso presente, e em quem somos ou queremos ser, queremos para nosso futuro?
Seja objetivo(a). Visualize o que você quer conquistar, trace planos práticos para o dia a dia. A disciplina é o segredo do sucesso, e a falta dela, da maior parte dos fracassos, sem dúvidas. Isso inclui persistência, resiliência, humildade para aprender, se perdoar e ser perdoado, e ousadia para sonhar. Não pense pequeno, como muitos dizem a você – só porque eles é que pensaram menor do que gostariam.
Quando se vir – e trate de pensar se não é o momento – em um Ponto D, lembre-se de que, como disse Clarice Lispector, a direção é mais importante que a velocidade. Fale menos, faça mais. Tenha coragem, não prepotência. Humildade, não modéstia. Aceite críticas, mesmo que destrutivas, faça das pedras que cortam seus pés, aquelas que construirão a montanha na qual você vai subir – mesmo com os pés sangrando. Sangre. Deixe-se sofrer, chorar, mudar de ideias – isso não é fraqueza, aliás, só os fortes é que mudam de ideia à medida que a vida pede, ou que se tornam mais maduros, pessoas diferentes do que foram.
Ao contrário do que dizem, não se escolhe sofrer. Não. A dor não é uma alternativa. É um processo, que, na natureza, geralmente leva a algo novo, a um nascimento, um crescimento, uma mudança. A árvore sofre quando cortam seus galhos para voltar mais bela. Sofremos ao nascer, os seres sofrem ao vir ao mundo. A mãe sofre ao dar à luz. Deixe-se sofrer, não mais que o necessário – martirizando-se e dando mais importância ao que os outros falam que ao que você deseja e planeja.
Deixe que riam de você! Melhor, não conte seus planos.
Você está no Ponto D? Que sua vida não seja um contínuo Ponto D, uma perdição existencial constante. Mas que você encare todos os Pontos D da sua vida com coragem, sabedoria e paciência – nas áreas profissional, amorosa, familiar, nas amizades e outras.
Olhe bem nos olhos do seu Ponto D, não o odeie nem o ignore: escute o que ele tem a dizer. A vida é aquilo que escolhemos que ela seja, dentro do que podemos escolher. E, para mim, a vida ainda é aquilo que eu não posso escolher sozinha, mas meu Deus, meu Pai, pode escolher e fazer por mim.
Tenham um fim de semana incrível! Ainda que seja um Ponto D.
Elenir Alves é formada em Publicidade e Marketing. Editora-chefe da Revista Projeto AutoEstima e Assessora de Imprensa da Revista Conexão Literatura. Foi coeditora, juntamente de Ademir Pascale, do extinto fanzine TerrorZine – Minicontos de Terror. Foi coautora de diversos livros, entre eles “Draculea – o Livro Secreto dos Vampiros”, “Metamorfose – A Fúria dos Lobisomens” e “Zumbis – Quem disse que eles estão mortos?”, nas horas vagas adora escrever poemas e frases inspiradoras.
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