Professora de Nutrição do Unipê diz que essa tendência alimentar remete a boas lembranças
Você já quis comer algo que relembra um dia marcante de sua vida, ou uma preparação culinária de alguém que você tem ou tinha muito carinho? Uma lasanha de carne moída com molho de tomate e de sobremesa aquele pudim de leite com calda. Podem parecer triviais, mas pratos assim, entre tantos outros, não são tão simples como se imagina, muitos deles carregam consigo muito significado e carinho, e vão além das necessidades fisiológicas inerentes à sobrevivência do ser humano, que é o ato de comer.
“Aquele alimento que sempre, ao consumi-lo, ele ‘te abraça confortavelmente’ e te transporta àquele momento do passado; esse é o conceito do comfort food, pois remete ao lado afetivo que tal alimento pode transmitir ao ser ingerido”, diz a Profa. Ma. Jousianny Patrício, de Nutrição do Unipê.
Os pesquisadores da área ratificam que fazer uma refeição não se limita apenas ao ato de consumir alimentos, mas também constitui a construção social com a sociabilidade e a partilha de emoções. É um momento de fortalecer e reforçar os laços afetivos ao redor da mesa, criando um filtro de memórias guardadas em longo prazo e trazendo valores inestimáveis à comida.
Não é coisa da modernidade: muitos já buscavam conforto na comida há muito tempo
A questão é que o termo comfort food só foi criado nos anos 1990, e desde lá sempre apareceu na literatura e publicidade. Segundo a nutricionista, falar em “comida de conforto” é atrelar à alimentação um papel que transcende os valores nutricionais e que alcança memória afetiva simbólica. A comida, em outras palavras, traz conforto emocional, e em tempos de pandemia, guerra e toda rotina estressante e de caráter emocional vivenciada nos últimos anos faz as pessoas buscarem o bem-estar no ato de comer, pois confortar o psicológico e ainda consumir um alimento gostoso é tudo que o indivíduo quer na conjuntura atual. Logo, a relevância de se considerar um alimento comfort food não é à toa, pois ele pode ser incluído adequadamente e individualmente na alimentação equilibrada de cada indivíduo, daí a importância de um nutricionista que leve em consideração também esse comer afetivo, na maioria das vezes substituído pela relação punitiva com o alimento, comum nas dietas muito restritivas dos dias atuais.
E a literatura científica mostra que a relação afetiva com os alimentos comfort food não está só na alimentação consumida propriamente dita, mas toda uma representação e um vínculo emocional criado de forma geral no preparo e consumo desses pratos. “É notória uma atração por alimentos mais palatáveis, reconfortantes, que ajudem a minimizar tal situação e tragam alguma lembrança passiva e tranquilizadora, os quais geralmente remetem a alimentos caseiros, entre eles: o bolo de cenoura com calda de chocolate da vovó, o pavê de chocolate da tia, o feijão preto com o tempero da mamãe, entre outros que retratam a relação afetuosa entre uma pessoa e determinada preparação culinária”, exemplifica.
Sem terrorismo alimentar!
Talvez você tenha pensado que muitas preparações que se encaixariam no comfort food, predominantemente caseiras, podem ser calóricas. Mas a professora nutricionista Jousianny diz que isso depende de alguns fatores: da qualidade dos itens usados na preparação e na quantidade a ser consumida – pois se consumida em exagero poderia ajudar a aumentar a ingestão calórica e comprometer a sua reeducação alimentar. Segundo ela, um alimento isoladamente não pode ser considerado o responsável pelo aumento de peso. “Logo não podemos ficar reféns do tão comum terrorismo nutricional, bastante difundido nos dias atuais”, defende.
Ainda pouco utilizado, o conceito deveria ser mais abordado para aumentar a adesão do paciente à dieta necessária, promovendo bem-estar socioemocional, defende Jousianny. “Inclusive, de acordo com o pesquisador Câmara Cascudo, uma referência em cultura alimentar, o alimento funciona como um fixador psicológico no plano emocional e, desta forma, comer certos alimentos é se ligar ao local ou a quem os preparou. Sendo assim, pode-se inferir que a ideia central do comfort food se baseia em consumir uma comida para ‘alimentar a alma’”.
O comfort food remete a comida reconfortante, vinda do lar, caseira, recém-preparada e preferência com temperatura elevada – apesar desse aspecto ser divergente entre as pessoas. “O que se destaca é a importância da percepção desse alimento e do quão significativo é na construção pessoal de cada indivíduo”, pontua.
Sobre o UNIPÊ – Fundado em 1971, o Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ possui conceito 5 pelo MEC, conforme avaliação in loco de recredenciamento presencial e credenciamento EAD, sendo a única instituição privada do estado a conquistar este feito, solidificando-se entre as melhores do país. O UNIPÊ é reconhecido pela sua contribuição para o desenvolvimento da Educação no Brasil e na Paraíba, tendo um forte tripé de ensino, pesquisa e extensão em sua comunidade. A Instituição oferta cursos de graduação, presenciais e a distância, e pós-graduação (lato e stricto sensu) em diversas áreas do conhecimento. Pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos mais representativos do País, e reúne instituições academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados, como Universidade Cruzeiro do Sul e Universidade Cidade de São Paulo – Unicid (São Paulo/SP), Universidade de Franca – Unifran (Franca/SP), Centro Universitário do Distrito Federal – UDF (Brasília/DF, Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio – Ceunsp (Itu e Salto/SP), Faculdade São Sebastião – FASS (São Sebastião/SP), Centro Universitário Módulo (Caraguatatuba/SP), Centro Universitário Cesuca (Cachoeirinha/RS), Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG (Bento Gonçalves e Caxias do Sul/RS), Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ (João Pessoa/PB), Centro Universitário Braz Cubas (Mogi das Cruzes/SP) e Universidade Positivo (Curitiba e Londrina /PR), além de colégios de educação básica e ensino técnico. Visite: www.unipe.edu.br.
Elenir Alves é formada em Publicidade e Marketing. Editora-chefe da Revista Projeto AutoEstima e Assessora de Imprensa da Revista Conexão Literatura. Foi coeditora, juntamente de Ademir Pascale, do extinto fanzine TerrorZine – Minicontos de Terror. Foi coautora de diversos livros, entre eles “Draculea – o Livro Secreto dos Vampiros”, “Metamorfose – A Fúria dos Lobisomens” e “Zumbis – Quem disse que eles estão mortos?”, nas horas vagas adora escrever poemas e frases inspiradoras.
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