Foto: reprodução / Instagram @fabianajustus
Influenciadora compartilhou a informação por meio das redes sociais nesta quarta-feira (27/03); Oncologista esclarece informações sobre o tumor, que é responsável por mais de 11 mil novos casos no Brasil a cada ano
Nesta quarta-feira, 27 de março, Fabiana Justus contou nas redes sociais que recebeu uma doação de medula óssea. A empresária e influenciadora, de 37 anos, descobriu em janeiro o diagnóstico de Leucemia Mieloide Aguda, um tipo de câncer hematológico.
“Querido doador, ainda não podemos nos conhecer e nem saber quem somos… mas eu já te considero TANTO! Você doou sua medula sem saber para quem. Sem pedir nada em troca. Ahh se todos no mundo fossem assim… você só soube que sou adulta e que precisava com urgência. E não hesitou. Foi lá, fez os exames necessários e doou. E com isso você está me dando minha segunda chance! Você está me possibilitando minha vida de volta”, escreveu nas redes sociais.
Segundo a Oncoclínicas, maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, o transplante de medula óssea é o tratamento para enfermidades que afetam as células sanguíneas, como as leucemias e os linfomas. O processo consiste na substituição de uma medula óssea doente por células normais de medula óssea.
Como é feito o transplante de medula óssea?
Em primeiro lugar, são conduzidos testes específicos de compatibilidade. Neles, são analisadas amostras do sangue do receptor e do doador para verificar se existe total compatibilidade entre as partes, o que minimiza o risco de a medula ser rejeitada pelo receptor.
Quando há compatibilidade, o doador é submetido a um procedimento em centro cirúrgico, sob anestesia, com duração de aproximadamente duas horas. Ele consiste na realização de diversas punções com agulhas nos ossos posteriores da bacia e na aspiração da medula. Não há qualquer prejuízo ou comprometimento à saúde do doador.
Em relação ao receptor, antes de receber o transplante ele precisa ser submetido a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a sua própria medula. Feito isso, receberá a medula sadia em um processo relativamente simples, como se fosse uma transfusão de sangue. Conforme as células da nova medula circulam pela corrente sanguínea, elas se alojam na medula óssea, onde se desenvolvem.
As principais indicações para esse tipo de transplante são:
- Leucemia mieloide aguda;
- Leucemia linfoide aguda / linfoma linfoblástico;
- Leucemia linfoide aguda Ph+;
- Anemia aplástica grave adquirida ou constitucional;
- Síndrome mielodisplásica, incluindo a leucemia mielomonocítica crônica;
- Imunodeficiência celular primária;
- Talassemia;
- Mielofibrose primária em fase evolutiva;
- Linfoma não Hodgkin indolente; e
- Doença de Hodgkin quimiossensível.
Como ser um doador de medula óssea?
Para ser um doador de medula óssea, é necessário ir ao Hemocentro mais próximo, realizar o cadastro REDOME e coletar uma amostra de 10 ml de sangue para um exame de tipagem HLA.
Além disso, é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico e levar um documento de identificação oficial com foto.
No momento do cadastro é possível ainda especificar se deseja ser um doador de sangue, de medula ou ambos. Com isso, é possível aumentar as chances de localização de um doador compatível para o paciente que necessita do transplante. Ao todo, são 106 hemocentros localizados em todos os estados do país.
Em quais casos a doação de medula se torna a única alternativa para uma possível cura da leucemia?
De acordo com a Dra. Mariana Oliveira, irá depender de fatores genéticos relacionados à doença e a resposta do paciente a tratamentos como quimioterapia e também terapia-alvo. “Quando não há uma resposta satisfatória para esses tratamentos ou a doença retorna após a realização deles, é possível que se beneficiem do recurso de transplante de medula óssea. Contudo, é necessário uma avaliação individualizada e também a avaliação médica multidisciplinar de uma equipe especializada”, explica.
Entenda a Leucemia Mieloide Aguda
A Leucemia Mielóide Aguda – tipo mais comum de Leucemia e responsável por 80% dos casos deste tipo de câncer em adultos – atinge a medula óssea e é considerada uma das formas agressivas da doença. No entanto, apesar de provocar alterações rápidas no corpo, quanto antes for descoberta, maiores são as chances de sucesso no tratamento e cura.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é estimado 11.540 novos casos de leucemias a cada ano no Brasil. A ocorrência de LMA aumenta ainda com a faixa etária, uma vez que sua incidência é maior acima de 65 anos. No entanto, apesar de ser o tipo mais comum de leucemia, a doença ainda é rara – representando 1% de chance de alguém desenvolver a doença ao longo da vida.
Fatores de risco
De acordo com Mariana Oliveira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, é muito importante levar em consideração fatores de risco que aumentam as chances do desenvolvimento de Leucemia. “Alguns fatores de risco podem colaborar para o surgimento do câncer. Ou seja, exposição a agentes químicos (como o benzeno), doenças do sangue (mielodisplasia), doenças genéticas (Anemia de Fanconi, síndrome de Down, entre outras) e radioterapia ou quimioterapia prévios”, explica.
Segundo a especialista, não se trata de uma condição hereditária, mas sim de uma doença que ocorre devido a alterações genéticas adquiridas e que acabam por desencadear o surgimento do câncer. “Não há como apontar causas exatas que permitam a prevenção para todos os indivíduos”, destaca Mariana.
De olho nos sintomas
Justamente pela medula apresentar células com mutações genéticas, que começam a se multiplicar de maneira descontrolada e não deixam as células saudáveis se desenvolverem de maneira natural, o paciente pode apresentar anemia.
“O corpo passa a dar sinais de que algo não vai bem e a baixa produção de células sanguíneas saudáveis faz com que haja anemia e infecções, por exemplo. A partir disso, o paciente pode apresentar fadiga, cansaço, palidez, dor de cabeça, falta de ar, tonturas, febre, desmaios e infecções frequentes. Portanto, é muito importante buscar aconselhamento médico para o diagnóstico correto”, comenta a oncologista da Oncoclínicas São Paulo.
Outros sintomas são:
- Fígado e baço aumentados
- Perda de apetite
- Perda de peso sem motivo aparente
Quando há a baixa de plaquetas, o paciente pode perceber:
- Sangramentos
- Manchas vermelhas na pele
- Hematomas
Existem outros tipos de LMA?
Sim! A doença não é única e os tipos são diversos dentro da categoria. “Isso se dá justamente pelas mutações genéticas. A partir da identificação, o médico poderá recomendar o tratamento necessário para o paciente”, explica a médica.
Dentre os subtipos, a doença é classificada através de sua alteração citogenética ou molecular. A classificação, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), possui revisão a cada oito anos e inclui novas informações relevantes dentre os grupos da neoplasia.
Como é feito o diagnóstico?
A Leucemia Mieloide Aguda pode ser confirmada através de exame físico e também com exames laboratoriais. “O médico pode solicitar amostras de sangue e medula óssea, hemograma completo com diferencial, testes genéticos, mielograma, entre outros”, explica Mariana Oliveira.
“No caso do hemograma completo com diferencial, é possível analisar a quantidade de glóbulos vermelhos, brancos e também de plaquetas na amostra colhida. O diferencial detalha ainda quais tipos de células brancas estão presentes”, complementa.
Leucemias agudas e crônicas: qual a diferença?
- Leucemia linfoide crônica (LLC): afeta células linfóides e se desenvolve de forma lenta. A maioria das pessoas com LLC tem mais de 55 anos, e ela raramente afeta crianças. É uma doença adquirida, e não hereditária;
- Leucemia mieloide crônica (LMC): afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. Pode causar anemia, fadiga, infecções, sangramentos e outros problemas colaterais, mas alguns pacientes são totalmente assintomáticos;
- Leucemia linfoide aguda (LLA): afeta células linfóides e agrava-se de maneira rápida. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos;
- Leucemia mieloide aguda (LMA): afeta células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos quanto em crianças, mas a incidência aumenta à medida que a pessoa envelhece.
Tratamento
Apesar da LMA ser uma doença agressiva, o prognóstico é bastante positivo quando descoberta e tratada o quanto antes. “O tratamento recomendado irá depender da idade do paciente e também dos fatores de risco, envolvendo questões citogenéticas e moleculares. Dentre o processo, pode ser indicado a quimioterapia, terapias alvo e transplante de medula óssea”, explica a oncologista.
Vale lembrar ainda que na leucemia mielóide aguda, a etapa de manutenção do tratamento só é necessária para os casos de leucemia promielocítica aguda (um subtipo especial de LMA relacionado a hemorragias graves no diagnóstico). Nesses casos, existe uma mutação genética específica que pode ser detectada nos exames da medula óssea, e o tratamento com uma combinação de quimioterapia e comprimido oral (tretinoína) possibilita taxas de cura bastante elevadas.
“Justamente por ser uma doença heterogênea, cada paciente pode reagir de diferentes maneiras ao tratamento. Além disso, a boa notícia é que durante a fase inicial da quimioterapia, a remissão da neoplasia pode chegar entre 50% a 85%”, finaliza.
Sobre a Oncoclínicas&Co
A Oncoclínicas&Co. – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 143 unidades em 38 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando aproximadamente 615 mil tratamentos nos últimos 12 meses. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer.
Para mais informações, acesse http://www.grupooncoclinicas.com
Elenir Alves é formada em Publicidade e Marketing. Editora-chefe da Revista Projeto AutoEstima e Assessora de Imprensa da Revista Conexão Literatura. Foi coeditora, juntamente de Ademir Pascale, do extinto fanzine TerrorZine – Minicontos de Terror. Foi coautora de diversos livros, entre eles “Draculea – o Livro Secreto dos Vampiros”, “Metamorfose – A Fúria dos Lobisomens” e “Zumbis – Quem disse que eles estão mortos?”, nas horas vagas adora escrever poemas e frases inspiradoras.
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