A pesquisa de um dos principais estudiosos brasileiros no assunto apresenta uma metodologia inédita de análise do poder cultural exercido por artistas e produtores culturais. Franthiesco Ballerini mostra, com o resultado de sua tese de doutorado, o papel da beleza, do tempo, do contexto, da fama, do idioma, do espaço e, claro, do conteúdo da obra artística na consolidação do poder de seus artistas.
Por que alguns artistas criam grandes obras, mas passam a vida sem poder? Por que outros artistas produzem trabalhos pouco originais, mas acumulam grande poder? Estas questões incomodaram, por anos, o jornalista e escritor Franthiesco Ballerini, que decidiu ir atrás das respostas em seu doutorado e cujo resultado é o método criado por ele e apresentado no livro Poder cultural – Mecanismos de consolidação do poder na arte e no entretenimento no século 21 (Summus Editorial, 208 p., R$ 81,80). Na obra, o pesquisador identificou parâmetros e determinou categorias e pontuações que explicam de que forma o poder cultural é adquirido nos campos do cinema, da música, da telenovela, das séries de TV e das animações. O autor realizará sessão de autógrafos na Faculdade Belas Artes – Campus Vila Mariana (r. Álvaro Alvim, 90 – Vl. Mariana – São Paulo – SP), no dia 6/12, quarta-feira, das 19h às 21h30).
Ao se apropriar do efeito desse poder individual, porém presente em todos os continentes, surge outro objetivo do estudo que é explorar novos horizontes, extrapolando o que ficou estabelecido até a atualidade, ou seja, a predominância da produção norte-americana, europeia e oriental. Segundo Franthiesco, o campo cultural está abrindo-se a conhecer tantos outros talentos que despontam mundo afora: “O objetivo principal desta obra é dar autonomia, emancipar as vozes periféricas das comunidades do sul global, fora do eixo EUA, Europa e Japão, e também valorizar outros polos inexplorados, onde estão produções com menos recursos financeiros, usando sua criatividade e destacando-se como alternativas, mas tão poderosos quanto os tradicionais mercados culturais.”
Por meio de categorias como tempo, conteúdo, contexto, beleza artística e pessoal, espaço, idioma e fama, Ballerini investiga a vida e a carreira de diversos artistas mundiais, mergulhando, então, numa comparação do poder cultural dos animadores Mauricio de Sousa e Hayao Miyazaki, das cantoras Anitta e Dua Lipa, das atrizes de telenovela Adriana Esteves e Thalía, das cineastas Helena Solberg e Safi Faye e dos atores Brad Pitt e Shah Rukh Khan, desvendando os mecanismos que os consagraram no século 21. “É surpreendente o resultado da medição do poder cultural, de entender porque, por exemplo, Thalía é mais poderosa que Adriana, mesmo tendo feito poucas novelas; e também o apagamento do poder cultural da pioneira do cinema africano, Safi Faye. Mas surpreendi-me, positivamente, em constatar que o astro indiano é muito mais poderoso que Brad Pitt”, comenta Ballerini.
“Este livro descortina os caminhos da consolidação do poder cultural no campo do audiovisual, tema que, nas últimas décadas, tem ocupado as mentes que pensam a construção do poder e seus aparatos de controle e manipulação. Tornaram-se reféns dos mecanismos de consagração as gerações que confundem poder de influência com poder cultural. […] Surgem termos vagos e colonizadores, como digital influencers — como se a fama adquirida significasse sucesso. […] O mercado editorial brasileiro pode se orgulhar de publicar uma ampla, milimétrica e não menos lúdica abordagem sobre os dilemas e contradições do poder cultural, da fama e do sucesso.” – Trecho do prefácio da atriz Tuna Dwek.
O autor
Franthiesco Ballerini é doutor em Comunicação Midiática, Processos e Práticas Socioculturais pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Foi repórter e crítico do Grupo Estado e colaborador das revistas Bravo! e Cult, da Rádio Eldorado, da TV Gazeta e do site Observatório da Imprensa. É autor de Diário de Bollywood (2009); Cinema brasileiro no século 21 (2012); Jornalismo cultural no século 21 (2015); Poder suave (soft power) (2017) — finalista do 60º Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa — e História do cinema mundial (2020), todos publicados pela Summus Editorial. Professor universitário, já ministrou cursos e palestras para alunos da Harvard University, da University of Chicago e da Freie Universität Berlin. Escreve reportagens internacionais e artigos para o Fair Observer, veículo de jornalismo independente sediado nos Estados Unidos. É colaborador do programa Metrópolis (TV Cultura).
Título: Poder cultural – Mecanismos de consolidação do poder na arte e no entretenimento no século 21
Autor: Franthiesco Ballerini
Editora: Summus Editorial
Preço: R$ 81,80 (E-book: R$ 49,10)
Páginas: 208 (17 x 24 cm)
ISBN: 978-65-5549-130-2
Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890
Site: www.gruposummus.com.br
Elenir Alves é formada em Publicidade e Marketing. Editora-chefe da Revista Projeto AutoEstima e Assessora de Imprensa da Revista Conexão Literatura. Foi coeditora, juntamente de Ademir Pascale, do extinto fanzine TerrorZine – Minicontos de Terror. Foi coautora de diversos livros, entre eles “Draculea – o Livro Secreto dos Vampiros”, “Metamorfose – A Fúria dos Lobisomens” e “Zumbis – Quem disse que eles estão mortos?”, nas horas vagas adora escrever poemas e frases inspiradoras.
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