Minha doce Cecília… Quando você veio ao mundo, anunciou sua chegada, primeiro para mim.
Antes mesmo que seus pais soubessem da gravidez, você me disse em sonho que estava a caminho.
Claro que eu passei a notícia adiante, um pouco incrédula, não quanto a sua vinda, mas por ter sido eu a escolhida para tão doce contato.
A notícia, como era de se esperar, rapidamente se confirmou. Beta hcg positivo, família feliz, titia irradiante.
Algum tempo depois, você me confirmou, novamente em sonho que seria uma menina e que traria um brilho rosa ao meu mundo azul. Sem peso na consciência, “estraguei “a surpresa do chá revelação! Avisei logo que era a Cecília e não o Gregório, (seu nome caso você fosse um menino), que estava vindo alegrar as nossas vidas.
Numa família de meninos você chegou para reinar absoluta em nossos corações.
Recebi sua primeira foto, minutos após seu nascimento, pelo celular. Você estava calmamente dormindo no colo do seu pai. Já, do seu pai, não posso dizer o mesmo. Eu nunca tinha visto alguém mais nervoso e ao mesmo tempo, sorridente. Ele te segurava, imóvel, estático, rígido, como quem segura o mais caro cristal.
Fiquei pensando, como alguém tão pequenininha é capaz de transformar um homem de um metro e noventa, puro músculo, num menino lacrimejante. Um menino que resolveu “brincar “de boneca. E cá entre nós, querida Cecília, desconfio que você será para sempre a boneca dele…
E, como fazemos com tudo que é raro e caro, sei que ele sempre fará de tudo para te proteger e preservar.
Sua mãe até havia idealizado um menino, provavelmente por ter convivido a vida toda entre espadas, bolas e carrinhos em meio aos sobrinhos e afilhados. Mas quando ela te viu pela primeira vez, se questionou como havia vivido até aquele momento sem você. Eu também não saberia explicar…
Você deve ter percebido logo de cara que chegou numa família grande e barulhenta, onde às vezes acontecem divergências, mas acredite, por aqui o amor sempre vence.
Ganhei o presente de ser sua madrinha e de ter você como minha afilhada.
Afilhada, tem na sua etimologia a palavra, “filha”. Então, cara Cecília, você é também a filha que nasceu no meu coração.
Como sua madrinha, vou estar sempre ao seu lado, cuidando, amparando, protegendo e amando.
Sendo sua madrinha, tudo o que eu desejo é que você veja a vida sempre com muito brilho no olhar. Que você jamais desanime diante dos obstáculos. Que você seja maior que todos eles.
Que você corra atrás dos seus sonhos com a mesma determinação com que deu seus primeiros passos em direção ao aconchego do colo de sua mãe.
Que você saiba que viver nem sempre é fácil, mas sempre vale a pena.
Que é preciso ser amada e ter alguém para amar. Isso faz os dias serem melhores.
Eu desejo que a vida possa sempre sorrir pra você da mesma forma que cada de adulto babão sorri quando te vê.
Que você leve alegria aonde quer que você vá. Tem sido assim desde o primeiro instante e eu sei que isso nunca vai mudar.
Que em todos os lugares você seja sempre bem-vinda, minha menina, assim como você foi muito bem-vinda desde o primeiro instante ao meu coração e à minha vida!
… … …
Biografia: Flávia Prata é profissional da saúde, mas também é apaixonada pelas palavras e pelo ser humano. Mãe, esposa, Cirurgiã Dentista, que encontrou na escrita uma forma de expressar suas ideias, pensamentos e sentimentos e de compreender melhor o mundo que a cerca.
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Elenir Alves é formada em Publicidade e Marketing. Editora-chefe da Revista Projeto AutoEstima e Assessora de Imprensa da Revista Conexão Literatura. Foi coeditora, juntamente de Ademir Pascale, do extinto fanzine TerrorZine – Minicontos de Terror. Foi coautora de diversos livros, entre eles “Draculea – o Livro Secreto dos Vampiros”, “Metamorfose – A Fúria dos Lobisomens” e “Zumbis – Quem disse que eles estão mortos?”, nas horas vagas adora escrever poemas e frases inspiradoras.
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